Lista de livros obrigatórios para Fuvest 2026

Em 2026, a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), responsável pelo processo seletivo da USP (Universidade de São Paulo), selecionou apenas livros de escritoras mulheres para as leituras leituras obrigatórias. Segundo a instituição, o objetivo é valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas também como autoras de obras.
Veja a lista de leitura obrigatória da Fuvest de 2026: 

1. “Opúsculo Humanitário” (1853), de Nísia Floresta
Sinopse 
A obra reúne 62 artigos que discutem a educação feminina e a posição da mulher na sociedade. O livro sintetiza o pensamento da autora sobre como a educação das mulheres é essencial para o progresso social. A escritora percorre a condição feminina ao longo da história, da antiguidade clássica ao século 19, defendendo a educação como caminho para o desenvolvimento intelectual e econômico do país. 
Sobre a autora 
Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885) foi o pseudônimo adotado por Dionísia Gonçalves Pinto, pioneira do feminismo no Brasil e uma das primeiras educadoras e jornalistas do país. Destacou-se tanto na prosa quanto na poesia, denunciando não apenas a opressão contra as mulheres, mas também as injustiças sofridas por negros escravizados e indígenas.

2. “Nebulosas” (1872), de Narcisa Amália
Sinopse 
O livro é uma coletânea de poesias que teve grande impacto em sua época, abordando temas como abolição da escravidão, Proclamação da República, educação e a condição feminina. A autora, uma das primeiras poetisas brasileiras, usou a poesia como ferramenta de transformação social, destacando-se por seu engajamento e sensibilidade. 
Sobre a autora 
Narcisa Amália (1852-1924) foi uma educadora, poetisa e a primeira mulher a atuar profissionalmente como jornalista no Brasil. Defensora do abolicionismo e do ideal republicano, destacou-se como uma das poucas vozes femininas de sua época a abordar a identidade nacional. Sua obra recebeu elogios de grandes nomes, como Machado de Assis e o imperador Dom Pedro II.

3. “Memórias de Martha” (1899), de Julia Lopes de Almeida
Sinopse 
O romance apresenta a jornada de Martha, por meio de suas memórias desde a infância em um cortiço carioca até sua busca por um futuro melhor. A personagem desafia os padrões impostos às mulheres do século 19 e busca sua independência intelectual e emocional. A obra discute a condição feminina, a importância do ensino e os desafios de conquistar espaço em uma sociedade patriarcal.
Sobre a autora 
Julia Lopes de Almeida (1862-1934) foi uma escritora e cronista brasileira com uma produção literária marcante, abordando temas sociais e femininos. Foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, mas, por ser mulher, não foi oficialmente admitida na instituição. Também foi uma das precursoras da literatura infantil no Brasil. 

4. “Caminho de Pedras” (1937), de Rachel de Queiroz
Sinopse 
O livro conta a história de Noemi, uma mulher casada e mãe, que se envolve com o movimento operário e inicia um caso amoroso com Roberto, um militante de esquerda. Ambientado na Fortaleza dos anos 1930, na Era Vargas, o romance aborda a luta política, a condição feminina e o dilema entre desejo e moralidade, destacando a busca por liberdade em meio às pressões sociais.
Sobre a autora
Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma das maiores escritoras brasileiras e fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e a primeira a receber o Prêmio Camões. Em suas obras, abordou questões sociais e retratou com maestria o sertão nordestino.

5. “O Cristo Cigano” (1961), de Sophia de Mello Breyner Andresen
Sinopse 
É uma coletânea de poesias da escritora portuguesa. A obra, influenciada por João Cabral de Melo Neto, aborda a religiosidade cristã e denuncia a iniquidade, o abuso e a opressão. A autora utiliza a poesia como uma ferramenta de transformação social, refletindo sobre temas profundos e universais. 
Sobre a autora 
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das  escritoras mais importantes da literatura lusófona no século 20. Poeta e contista, sua obra é marcada por uma forte defesa da justiça, da liberdade e da conexão com a natureza. 

6. “As Meninas” (1973), Lygia Fagundes Telles
Sinopse
O romance retrata a vida de três jovens universitárias, que vivem em um pensionato em São Paulo durante a ditadura militar no Brasil. Cada uma enfrenta seus próprios dilemas pessoais e desafios, enquanto lidam com questões políticas, sociais e emocionais. O romance aborda temas como repressão política, amizade e amor, oferecendo um retrato da juventude brasileira na década de 1970.
Sobre a autora
Lygia Fagundes Telles (1923-2022) foi uma das maiores escritoras brasileiras, reconhecida por sua escrita psicológica e sensível. Suas obras exploram memória, resistência e os dilemas humanos. Ganhou o Prêmio Camões e foi membro da Academia Brasileira de Letras. 

7. “Balada de Amor ao Vento” (1990), de Paulina Chiziane 
Sinopse
A obra narra a história de amor e sofrimento de Sarnau, uma mulher moçambicana que enfrenta as dificuldades impostas pela sociedade patriarcal. Através de sua jornada, o romance aborda temas como a opressão feminina, a tradição, a luta pela liberdade e a busca por identidade e resistência em um contexto cultural e social complexo.
Sobre a autora
Paulina Chiziane (nascida em 1955) é uma escritora moçambicana e a primeira mulher a publicar um romance em seu país. Sua obra destaca temas como poligamia, cultura tradicional e os desafios enfrentados pelas mulheres em sua sociedade.

8. “Canção para Ninar Menino Grande” (2018), de Conceição Evaristo

Sinopse
O romance aborda temas como violência urbana, racismo, relações familiares e a busca por identidade e resistência. A narrativa mostra uma mãe que perdeu seu filho para a brutalidade das ruas e reflete sobre sua dor, amor e luta contínua para manter viva a memória de seu menino. Com uma linguagem poética e emocional, a autora cria uma atmosfera de lamento e esperança. 
Sobre a autora
Conceição Evaristo (nascida em 1946) é uma escritora brasileira de grande importância na literatura afro-brasileira. Sua obra se dedica a retratar as experiências da população negra e as consequências da marginalização social, sendo a criadora do conceito de “escrevivência”, que mistura escrita e vivência de forma única.

9. “A Visão das Plantas” (2019), de Djaimilia Pereira de Almeida 
Sinopse: 
O livro conta a história de Celestino, um antigo capitão de navios negreiros, que decide cultivar um jardim em sua casa de infância após deixar seu trabalho marcado por sofrimento. O livro explora temas de culpa, redenção e a busca por sentido, refletindo sobre as contradições e violências do passado colonial português. 
Sobre a autora
Djaimilia Pereira de Almeida (nascida em 1982) é uma escritora angolana-portuguesa reconhecida por sua prosa poética e pelas intensas reflexões que realiza sobre identidade, migração e história colonial. É Doutora em Teoria da Literatura e professora da New York University, nos Estados Unidos. 

Fonte:
https://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/fuvest-2026-veja-nova-lista-de-livros-obrigatorios-so-com-mulheres/

Link para ler as Resenhas dos livros:

Comentários